A substituição do PFOA na União Européia
O PFOA, ácido perfluorooctanóico, é conhecido por suas excelentes propriedades repelentes à água e antiaderente e tem sido amplamente utilizado na produção industrial há mais de 70 anos. Entretanto, esta substancia química também é conhecida por apresentar propriedades nocivas à saude e pelo fato de ser persistente no meio ambiente. O PFOA, sob o Cas numero 335-67-1, é classificado de acordo com o GHS como substância perigosa que pode danificar o feto, causar danos aos órgãos por exposição prolongada ou repetida, é tóxico por ingestão e inalação, causa danos oculares graves, é potencialmente carcinogênico e pode causar danos a crianças pelo aleitamento (https://echa.europa.eu/pt/substance-information/-/substanceinfo/100.005.817)
O uso do PFOA é especialmente preocupante, pois além deste não se decompor facilmente, é também bioacumulável. O que significa que o produto tem todo o tempo do mundo para afetar prejudicialmente a nossa saúde, além de possuir a habilidade de penetrar nos tecidos orgânicos e se acumular ao longo da cadeia alimentar, culminando no topo, onde estamos nós, seres humanos.
O ácido perfluorooctanóico terá o seu uso restringido a partir de 4 de julho de 2020 na União Européia. A partir desta data será ilegal fabricar e vender a substância, assim como usá-la como ingrediente de produtos, incluindo os produtos importados. Salvo algumas isenções, o PFOA será completamente banido na União Europeia.
O PFOA pertence a um grande grupo de produtos químicos chamado PFAS (substâncias aquil fluoradas), composto por 4.700 substâncias semelhantes, usados em diversos produtos e artigos para torna-los resistentes à agua e ao fogo. Pode ser tentador, portanto, simplesmente substituir o PFOA por um outro PFAS de uso ainda livre. Entretanto sso não resolveria o problema, apenas o adiaria. Isto porque, a União Européia discute no momento a aplicação de uma abordagem baseada em grupos quimicos, regulamentando todos os produtos químicos persistentes de uma só vez.
Assim, Substituir PFOA por outro PFAS significa que, em um curto prazo, nova substituição terá que ser feita!
O fato é que todos os constituintes do grupo PFAS provavelmente compartilham as mesmas propriedades perigosas; portanto, mudar para um primo igualmente prejudicial apenas perpetuaria os problemas ambientais e os problemas de saúde relacionados ao PFOA.
Não há mais a necessidade de usar substâncias químicas nocivas do grupo PFAS em produtos e, felizmente, muitas empresas estão começando a perceber que existem muitas alternativas mais seguras ao PFOA por aí. As soluções residem na pesquisa de novos materiais e tecnologias.
Mesmo com todos os perigos e desafios encontrados para esses ingredientes, é muito importante que, caso sejam usados na indústria, seus perigos sejam corretamente comunicados ao trabalhador por meio da FISPQ e do Rótulo, seguindo o sistema de classificação GHS e as normas regulamentares de cada país ou região. Utilizando o software ExESS®, as empresas conseguem elaborar esses e outros documentos de segurança de forma rápida e totalmente automatizada. Veja o exemplo para o PFOA:
Conheça mais sobre o software ExESS clicando aqui.